Durante o Seminário “Irrigar é Alimentar”, promovido pelo Sistema CNA/Senar e os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Regional teve como destaque, que a ampliação da área irrigada no Brasil não compete com a preservação ambiental ou com outras atividades sociais e produtivas.
Que o Brasil tem apenas 3% de sua produção agrícola irrigada, enquanto a média mundial é de 20%. Citou um estudo da Esalq que aponta que o país pode aumentar a área irrigada para 55 milhões de hectares, utilizando áreas degradadas ou de baixa produtividade.
Com uma produtividade de até três vezes maior do que áreas de sequeiro, a produção irrigada apresenta vantagens como o aumento na oferta e na regularidade de alimentos, melhoria da qualidade dos produtos, atenuação dos impactos da variabilidade climática, redução de custos unitários.
A irrigação contribui para a segurança alimentar e nutricional da população brasileira, sendo uma técnica utilizada no cultivo de alimentos típicos da dieta nacional como arroz, feijão, legumes, frutas e verduras.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é um dos condutores da Política Nacional de Irrigação e trabalha para o aumento de áreas irrigadas trazendo resiliência ao produtor rural com a conservação da água e do solo. Até o ano de 2050, o mundo irá demandar o aumento de alimentos na base de 60% e de água, em 40%, segundo a FAO.
O Brasil totaliza 8,2 milhões de hectares equipados para irrigação, sendo 64,5% (5,3 milhões de hectares) com água de mananciais e 35,5% (2,9 milhões de ha) fertirrigados com água de reuso. A agricultura irrigada apresentou crescimento nas últimas décadas. Entre 2012 e 2019, houve intensificação da atividade com um maior aporte de crédito e investimentos privados, resultando em um crescimento da ordem de 4%. Nesse período foram incorporados cerca de 216 mil hectares irrigados.
“A irrigação é um avanço para nossas tecnologias especialmente em uma fase em que as mudanças climáticas têm afetado a produtividade no campo. Temos que aproveitar essa vantagem competitiva brasileira como uma atividade não para uma, mas para 2,5 a três safras. Nossa ciência está trabalhando rapidamente para aumentar a capacidade e produtividade das espécies que estamos plantando. O mundo espera que tenhamos alimentos de qualidade, com preços competitivos”, disse o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, indicado ao Prêmio Nobel da Paz.
Durante o evento, o Pesquisador da Embrapa Lineu Rodrigues apresentou a Rede Nacional de Irrigantes (RNAI), que tem o objetivo de reunir os irrigantes do Brasil para discutir a agricultura irrigada de forma estratégica e apresentar a agricultura irrigada como um vetor para o desenvolvimento da segurança alimentar, econômica e ambiental do Brasil. A Rede é composta de 58 membros representantes de associações de irrigantes, de cinco polos de irrigação no Brasil e de nichos da agricultura irrigada.
Fonte:imprensa@agricultura.gov.br
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